A Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP), realizou em 04 de julho de 2024, a 52ª Cerimônia Deusa Ceres, no Instituto Agronômico de Campinas (SP). O evento homenageia, anualmente, valorosos profissionais das Ciências Agrárias.
Integram a premiação, o Prêmio Deusa Ceres, para o Engenheiro Agrônomo do Ano, as Medalhas Fernando Costa e Medalha Joaquim Eugênio de Lima, em suas áreas de representatividade. Nesta edição, foram contemplados cinco egressos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a qual esteve representada pelo seu vice-diretor, Prof. Marcos Milan.
O paulistano Sergio Vergueiro, engenheiro agrônomo formado pela Esalq em 1960, foi agraciado como Engenheiro Agrônomo do Ano e recebeu o Troféu Deusa Ceres. De 1962 a 1963, foi assessor do Ministro da Agricultura, Renato Costa Lima. Atualmente, é diretor-presidente da Agropecuária Aruanã – Fazenda Aruanã. Participa ativamente de várias entidades como o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e outras. É sócio-fundador da Associação dos Empresários da Amazônia e sócio da Sociedade Rural Brasileira (SRB). Foi membro do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Confea), de 1967 a 1971, e vice-presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP), de 1964 a 1970.
Wilson Rodrigues Canelas, recebeu a Medalha Fernando Costa na categoria Assistência Técnica e Extensão Rural. É engenheiro agrônomo formado pela Esalq, em 1974. Entre 1975 a 1978, exerceu o cargo de extensionista agrícola da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER-MS), nas regiões de Dourados e Nova Andradina (MS). Por dez anos (1987 a 1997), prestou serviços de assistência técnica e elaboração de projetos, vistorias prévias e/ou avaliações para estudo de propostas de financiamentos na área de atuação do Banco do Brasil, em Presidente Venceslau (SP). Entre 1997 e 1999, coordenou projetos financiados pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – Banco do Agronegócio Familiar (FEAP/BANAGRO), vinculado a SAA. Entre 1999 e 2013, exerceu o cargo de assistente técnico do Gabinete de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Desde 2015, exerce o cargo de assessor técnico, junto a CATI/SAA.
Tatiana Marsola Piovezani, recebeu a Medalha Fernando Costa, na categoria Cooperativismo. É engenheira agrônoma formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2000. Continuou sua vida acadêmica no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), onde concluiu mestrado e doutorado em Ciências. O cooperativismo entrou na sua vida a partir do ingresso no serviço público, em 2009, na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). Atuou no Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA), de 2009 a 2012, até se transferir para a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Atualmente, faz parte do Grupo Técnico de Organizações Rurais da CATI e trabalha como extensionista rural da CATI Piracicaba. No trabalho, estimulou a importância da união entre produtores, o que levou a formalização de cooperativas e associações no estado.
Patricia Andrea Monquero, recebeu a Medalha Fernando Costa, na categoria Ensino. É engenheira agrônoma formada pela Esalq em 1996, com mestrado e doutorado em Produção Vegetal. Trabalhou como pesquisadora na APTA, seguindo, em 2005, como docente para a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Naquela instituição organizou o Grupo de Estudos em Ciências Agrárias (GECA), por onde já passaram mais de 100 alunos. É integrante do Depto. de Recursos Ambientais e Produção Ambiental, e responsável pelas disciplinas de Manejo de Plantas Daninhas, Ecotoxicologia e Ecofisiologia na graduação, além de atuar no Programa de Pós-graduação em Agricultura e Ambiente. Em 2022, tornou-se professora titular na UFSCAR. Foi duas vezes vice-presidente e uma vez presidente da Sociedade Brasileira de Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD). Em 2023, recebeu o Prêmio Destaque em Ciência e Pesquisa, no 8º Congresso Mulheres no Agro.
A AEASP
A Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo teve sua criação entre associados do Clube dos Agrônomos de Campinas, em 1944. Desde essa época, a região de Campinas se destaca como um centro de excelência na agricultura, reunindo engenheiros agrônomos de grande prestígio que fomentaram a criação da Sociedade Paulista de Agronomia (SPA).
A denominação de Sociedade Paulista de Agronomia foi alterada em fevereiro de 1970, quando passou a se chamar Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP), agora com sede em São Paulo. Esta associação mantem o objetivo de congregar a categoria para discutir questões salariais, trabalhistas, profissionais e os rumos da agropecuária.
Medalha Fernando Costa
A medalha instituída pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP) ostenta o nome de Fernando Costa, engenheiro agrônomo formado pela Esalq, em 1907, e político atuante. Nascido em São Paulo, em 10 de junho de 1886, foi prefeito de Pirassununga (1912), época em que instalou uma usina hidrelétrica, fundou um asilo e um orfanato e restaurou a Santa Casa de Misericórdia. Foi deputado estadual (1919), dividindo as atividades com a prefeitura de Pirassununga e, entre os projetos apresentados à Câmara, destacam-se aprovação das leis relativas ao reflorestamento, aos bancos agrícolas, à estatística da vida rural, às estradas de rodagem e aos impostos territoriais. Foi secretário da Agricultura de São Paulo (1927/1930), no governo Júlio Prestes, período em que preocupou-se com as questões agrícolas do Estado, propondo implementação do crédito agrícola, revitalização de terras cansadas e irrigação do solo, visando aumentar a produtividade do campo. Foi ministro da Agricultura (1938/1941) na primeira metade do Estado Novo, quando fundou o Parque da Água Branca, que leva seu nome, além de ter realizado pesquisas de exploração de petróleo. Foi interventor do Estado de São Paulo (1941/1945).
Ao longo de 33 anos, desde o momento em que assumiu a prefeitura de Pirassununga até o fim de seu mandato como interventor federal, Fernando Costa se consolidou como um dos principais políticos do setor agrícola do Brasil, um dos mais importantes para a economia do País. Na época, deixou um legado diversas realizações para o desenvolvimento do ramo, como as Escolas Práticas de Agricultura (EPA), uma das principais, as quais funcionam até hoje.
Durante a vida, o ex-ministro publicou cinco livros: Idealismo construtor (1930), Política do café (1937), As realizações do presidente Getúlio Vargas no Ministério da Agricultura (1941), Novas terras e terras cansadas (1943), e No governo de São Paulo (1945).
Costa faleceu em acidente automobilístico na rodovia São Paulo-Campinas, em 21 de janeiro de 1946.
Texto: Alicia Nascimento Aguiar | MTb 32531 | 10.07.2024