Oxigênio interfere na qualidade das sementes de arroz

Versão para impressãoEnviar por email
Sementes embaladas a vácuo (crédito: Denis Santiago da Costa)
Editoria: 

A diversidade genética é uma das formas utilizadas pelos melhoristas para agregar características aos novos cultivares. “Os bancos de germoplasmas das sementes (forma de conservação “ex situ”) são fundamentais para garantir o armazenamento das espécies, em condições seguras para a manutenção da qualidade desses materiais vegetais”, explica o Engenheiro Agrônomo, Denis Santiago da Costa, autor de um estudo que avaliou a interferência da molécula do oxigênio na qualidade das sementes de arroz. O pesquisador destaca que, para as sementes ortodoxas, ainda que condições favoráveis (redução da temperatura do ar ambiente e do teor de água da semente) sejam utilizadas, ao longo dos anos há a redução da viabilidade das sementes.  “A proposta surgiu com a seguinte pergunta: Como prolongar a conservação das sementes em condições favoráveis, uma vez que os custos de renovação dessas sementes no banco de germoplasmas são altos?”.

O estudo foi orientado pela professora Ana Dionisia da Luz Coelho Novembre, do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP, ESALQ) do Programa de Pós-graduação em Fitotecnia, em parcerias com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Wageningen University Research, da Holanda.

Segundo o autor, a pesquisa foi em duas etapas. “Na primeira, as sementes de arroz foram embaladas com vácuo e sem vácuo e armazenadas em câmara ultrafria (-20ºC) na Embrapa e uma amostra controle armazenada nas condições do laboratório de sementes. Os resultados finais indicaram que a embalagem com vácuo tem potencial para conservar as sementes por mais tempo mesmo em condições favoráveis para o armazenamento”.

Adicionalmente, numa segunda etapa, durante o armazenamento foram avaliados os efeitos do aumento da pressão parcial de oxigênio na qualidade de sementes de arroz, utilizando tanques de aço, em pressão de 20MPa de ar comprimido. “Houve a possibilidade de verificar, por meio da germinação e do tempo requerido para germinação, que o oxigênio potencialmente reduz a qualidade das sementes de arroz”.

Ainda complementa: “Na presença constante dessa molécula há a redução do parâmetro fisiológico indicando que a remoção de O2 para o armazenamento das sementes de arroz pode ser benéfica”.

O projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), programa Ciências Sem Fronteiras e Wageningen Seed Centre.

Texto: Caio Albuquerque | 04/03/2016

Emergência de plântulas em casa de vegetação (crédito: Denis Santiago da Costa)
Sementes armazenadas com aumento da pressão parcial de oxigênio (crédito: Denis Santiago da Costa)
Palavra chave: 
arroz lpv fitotecnia ana novembre