Professor da Esalq, Pedro Brancalion é reconhecido entre os mais influentes do mundo

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O professor Pedro Brancalion é associado de Silvicultura de Espécies Nativas do Departamento de Ciências Florestais (crédito: Gerhard Waller)

O professor Pedro Brancalion, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, foi incluído entre os oito docentes da universidade que figuram na lista dos pesquisadores mais influentes do mundo, conforme ranking divulgado pela consultoria britânica Clarivate Analytics. A avaliação, baseada no número de citações das publicações pelos pares ao longo da última década, reconhece a relevância acadêmica e científica desses profissionais, com destaque para aqueles que mais contribuíram para o avanço de suas áreas de estudo.

“É um reconhecimento importante, que destaca anos de dedicação e amor à ciência. Mas é importante entender também que, embora eu, como indivíduo, receba este reconhecimento, ele reflete  na verdade o mérito de todo um grupo, de uma ampla rede de colaboração, como se eu fosse só a ponta de um iceberg. Alunos de graduação, pós-graduação, posdocs, pesquisadores daqui e o exterior, todos envolvidos nos projetos”, repercute o docente da Esalq

A edição de 2024 do ranking, publicado anualmente desde 2014, classifica os 6.636 pesquisadores mais citados, provenientes de mais de 1.200 instituições em 59 países e 21 áreas de pesquisa. O processo de seleção é conduzido a partir de dados do índice de citações do Web of Science, aliado a análises qualitativas realizadas pelos especialistas do Instituto de Informações Científicas (ISI, na sigla em inglês) da Clarivate.

Além de destacar os pesquisadores, o ranking também oferece uma visão sobre o cenário global da pesquisa, identificando tendências em diferentes países, regiões e instituições. Os Estados Unidos lideram a lista com o maior número de pesquisadores citados, totalizando 2.507.

O Brasil, que teve 14 pesquisadores incluídos na lista de 2024, apresentou uma redução em relação ao ano passado, quando o número era de 18. A USP, com oito docentes classificados, continua a ser a instituição brasileira com maior número de pesquisadores no ranking, mantendo o mesmo número de 2023.

Na classificação, também representam a USP os professores Carlos Augusto Monteiro, Eurídice Martínez Steele, Geoffrey Cannon, Jean-Claude Moubarac e Maria Laura da Costa Louzada, da Faculdade de Saúde Pública (FSP); Raul Dias dos Santos Filho e Renata Bertazzi Levy, da Faculdade de Medicina (FM).

O docente lembrou que é fundamental ainda o apoio que recebe da Esalq, da USP e de agências de fomento como a Fapesp no desenvolvimento dos estudos em restauração florestal. “A Esalq, a USP e a Fapesp, por exemplo, criam um contexto muito favorável para que tenhamos recebido este reconhecimento. Além disso, esse impacto das pesquisas realizadas no meu grupo influencia já que trabalho com um tema importante que é a recuperação da natureza, ou seja, uma demanda global. Então isso demonstra a importância de sermos protagonistas neste cenário e na geração de conhecimentos sobre este assunto”, finaliza Brancalion.

Brancalion – O professor da Esalq é associado de Silvicultura de Espécies Nativas do Departamento de Ciências Florestais. Coordena o Laboratório de Silvicultura Tropical (LASTROP) e é vice-coordenador do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica. Também membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (2021-2025), Brancalion possui graduação em Engenharia Agronômica e doutorado em Ciências pela própria Esalq/USP. Suas pesquisas e projetos de extensão são voltados para o desenvolvimento de conhecimento e tecnologias que promovam o manejo e a restauração de florestas tropicais de forma economicamente viável e com inclusão social. O foco é garantir a coexistência equilibrada das florestas com a agricultura e a pecuária, especialmente em paisagens modificadas pelo homem. O professor tem se dedicado à criação de modelos inovadores de restauração florestal e produção comercial de espécies nativas, buscando recuperar áreas degradadas em grande escala e gerar benefícios tanto para a biodiversidade quanto para o bem-estar humano. Em 2018, Brancalion foi agraciado com o prêmio Bunge Juventude, na categoria Serviços Ecossistêmicos para o Agronegócio.

Texto: Caio Albuquerque (03/12/2024)